segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Primeira foto de um planeta ao redor de um sol como o nosso

 
Astrônomos tiraram o que pode ser a primeira foto de um planeta orbitando uma estrela similar ao Sol, em um sistema solar distante. Este mundo longínquo é gigante (cerca de oito vezes a massa de Júpiter) e fica longe de sua estrela (cerca de 330 vezes a distância entre o Sol e a Terra). Mas, estranhezas planetárias à parte, sua estrela é bem parecida com o nosso Sol.
Anteriormente, os únicos planetas extra-solares fotografados pertenciam a minúsculas estrelas que estavam se apagando, conhecidas como anãs marrons. E enquanto centenas de planetas extra-solares tenham sido detectados, é raro que um tenha tamanho suficiente para ser fotografado. A detecção destes planetas costuma ocorrer através do puxão gravitacional que eles dão em suas estrelas-mãe e não através de fotografias diretas.
“Esta é a primeira vez que nós vimos diretamente um objeto com massa planetária em uma possível órbita ao redor de uma estrela como o nosso Sol”, disse David Lafrenière, um astrônomo da Universidade de Toronto, no Canadá, coordenador da equipe que fez a descoberta. “Se nós confirmarmos que este objeto está gravitacionalmente ligado à estrela, será um grande passo à diante.”
Estudos posteriores serão necessários para provar se planeta está de fato orbitando ao redor da estrela, ao invés da remota possibilidade de ambos objetos estarem na mesma área do céu. “É claro que seria prematuro afirmar que o objeto está definitivamente orbitando esta estrela, mas a evidência é extremamente convincente”, disse David. “Este objeto será intensamente estudado nos próximos anos!”
Os cientistas utilizaram o Gemini North Telescope em Mauna Keam no Havaí (EUA) para observar o planeta e sua estrela que estão a cerca de 500 anos-luz da Terra. Apesar de a estrela ter cerca de 85% a massa de nosso Sol, ela é mais jovem. Para conseguir uma imagem do sistema distante a equipe utilizou tecnologia de óptica adaptativa, que usa espelhos flexíveis para compensar a distorção que a luz sofre ao passar pela atmosfera terrestre.
A distância do estranho planeta da sua estrela-mãe é tão grande que desafia as teorias atuais de formação estrelar e planetária. Para comparar, o planeta mais distante em nosso sistema solar é Netuno, que fica a apenas 30 vezes a distância entre o Sol e a Terra.
“Esta descoberta é também outro lembrete da incrível diversidade de mundos por aí, e é uma forte dica de que a natureza pode ter mais do que um mecanismo para produzir massas planetárias”, disse Ray Jayawardhana, membro da equipe.
O distante exoplaneta, a cerca de 1.500ºC é também muito mais quente do que nosso Júpiter, que tem a temperatura de cerca de -110ºC.
Os pesquisadores detalharam suas descobertas na revista científica Astrophysical Journal Letters.
“Esta descoberta certamente nos fez olhar a diante em termos de quais outras surpresas que a natureza guarda para nós”, disse Marten van Kerwijk, também da Universidade de Toronto.
 
Fonte: HypeScience

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